Por Pedro Rodrigues
Na primeira edição da nova Copa do Mundo de Clubes, realizada nos Estados Unidos, uma trilha sonora nostálgica tem chamado atenção dos torcedores nas transmissões: “Freed From Desire”, sucesso dançante da cantora italiana Gala, lançado nos anos 1990. A batida eletrônica, que embala as vinhetas do torneio, ganhou novo fôlego nas arquibancadas e nas redes sociais, atravessando décadas e fronteiras.
A trajetória da música até os palcos do futebol é tão improvável quanto a de muitos clubes que sonham levantar o troféu de campeão mundial. Em 2016, um torcedor do modesto Wigan Athletic, da terceira divisão inglesa, adaptou a canção para homenagear o atacante Will Grigg. Nascia assim o refrão “Will Grigg’s on Fire”, que viralizou nas redes sociais e se tornou um fenômeno durante a Eurocopa daquele ano, mesmo com o jogador quase sem entrar em campo.
Desde então, a melodia contagiante passou a ser usada por outras torcidas para celebrar seus ídolos. A torcida do Manchester City, por exemplo, entoou uma versão para exaltar o meia espanhol Rodri. No Leicester City, a adaptação “Vardy’s on fire” virou mantra da torcida durante a histórica conquista da Premier League em 2016, e ecoou até nos jogos da seleção inglesa. O francês Antoine Griezmann também ganhou sua versão personalizada: “Grizi’s on fire”.
Agora, o hit europeu chegou com força ao continente americano. Nos jogos da Copa do Mundo de Clubes, torcedores brasileiros têm se arrepiado com a música durante as transmissões das partidas de Palmeiras, Botafogo, Flamengo e Fluminense. Um símbolo de como o futebol e a cultura pop se entrelaçam, e como uma música pode atravessar gerações e gramados para se tornar hino universal das arquibancadas.


